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4 de março de 2015

Coisas da velha infância

Andei comparando a minha infância com a de hoje em dia e, é óbvio, que há muita diferença! Lembrei das brincadeiras "malucas", mas muito divertidas. E que éramos muito criativos e fazíamos diversas "adaptações" emocionantes... 

Para entender, vou contar uma passagem da minha doce infância...

Bem no passado, minha mãe trabalhava em um hospital da pequena e pacata cidade de Ibirama/SC, lugarejo este, com poucas opções de lazer (continua assim, gente). Então, ela pra ajudar a gente  a ter um pouco de lazer criativo, nos trazia algumas curiosidades não usadas mais lá e que servia de acessórios para nossas brincadeiras. 

E, certa vez, ela trouxe algumas seringas* numa caixa de sapato que não seriam mais utilizadas no hospital para que eu brincasse com minhas bonecas. Porém, ela recomendou: "Espere até eu retirar as agulhas e lavar todas elas pra você brincar". Disse isso e deixou a caixa na lavação. Pensei: "Ok. Entendi direitinho, vou esperar".

Mas como toda criança, com o instinto aventureiro aflorado, não consegui esperar. Convidei meu irmão e meus primos para brincar de "Polícia e ladrão" e as armas seriam as seringas. Iríamos enchê-las de água e respingaríamos nos "ladrões" ou nos "policiais", conforme a função de cada um.

Imagem da Internet

Entretanto, algo deu errado, como era de se esperar. Minha mãe havia deixado uma panela suja de leite, cheia de água na pia (na época, se fervia o leite de vaca na panela para "matar" bactérias e eliminar impurezas - sei lá se resolvia, mas era assim). Então, era lá que a gente "abastecia" nossas "arminhas".

A seringa ainda com a agulha, pra ficar mais emocionante, enfiávamos a ponta nessa água suja de leite e puxávamos a "alavanquinha" até encher. Daí, saíamos à procura dos "inimigos"! Foi aí que me dei mal!!!

Fui atingida por alguém da minha equipe: estávamos escondidas, eu e uma prima, no meu quarto. Foi quando, abri a porta devagarinho para não ser vista pelos inimigos, mas alguém (acho que foi meu irmão) empurrou a porta com força fazendo com que meu braço fosse para trás e meu cotovelo encontrasse a seringa na mão da minha prima! 

Existe um pequeno espaço no cotovelo, entre um osso pequeno e um maior (aquele que dá calinhos) que a agulha da seringa entrou e a pamonha da minha prima, com o susto, ainda apertou e o liquido entrou em mim!!! Quando olhei para trás a primeira coisa que perguntei: "Tinha muita água suja aí?" Ela me disse, com um sorriso amarelo: "Estava cheio..." Quase morri quando vi que só tinha a metade!!!!!

Foi aí que a brincadeira terminou! Chamei todos para uma reunião e disse: "Acabou a brincadeira!! Vamos colocar tudo  no lugar e não vamos contar para a minha mãe. Me despeço aqui de todos, foi bom conviver com vocês mas vou morrer... pois aquela água suja foi introduzida em mim... devo ter algumas horas ainda..."

Todos ficaram chocados, claro!! Mas arrumaram tudo, para que a minha mãe não percebesse nossa aventura e desobediência... foram, cada um para a sua casa, assustados, e eu fui para cama, esperar a morte chegar... hahahahhaha

Claro que não morri!! Tô aqui vivinha da Silva!!  Minha mãe só soube isso, muitos anos depois, quando e gente já virou adultos e deu boas risadas! Só disse: "Vocês aprontaram cada uma e eu só descubro agora?"

Pois é, não sei se a minha infância foi melhor que as de hoje, mas garanto que emoção e aventura, não faltaram!!


Imagem da Internet


Beijos,
Dalva

*Atualmente, os hospitais dão o devido descarte para o lixo hospitalar. Na época, não havia esse cuidado.

6 comentários:

  1. Amiga rsrsrs, você era danada hein!
    Mas que foi perigoso ah foi, mas na nossa época era muito inocentes e não faziamos por mal.
    E hoje sempre temos uma aventura para contar.
    Eu uma vez desci um morrinho que tinha com meu irmão e coleguinhas estavamos tipo explorando e meu irmão dizendo que tinha um urso lá akkkkkkkkkkkk eu tonta acreditei claro.
    Mas é bom recordamos este tempo maravilhoso e eu brinquei muito de jogar água e mamonha sabe aquelas do pé jogavamos do muro rsrsrs.
    Beijão amiga da Jenny!

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    1. kkkkkkkkk
      Boa demais essa época, né amiga?
      Muitas aventuras e sobrevivíamos a todas!! Pobres das nossas mães que passaram por vários sustos... hahaha
      Em compensação, minha filha aprontava comigo na infância dela também... Aí, passei a entender a minha mãe... hahaha
      Beijos e obrigada pela visita, querida. >3

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  2. Bom dia Dalva... pois é, todos temos alguma história parecida. Essa das agulhas foi temerária. Hodiernamente existe um policiamento intenso quanto ao descarte desses equipamentos e instrumentos hospitalares e farmacêuticos. Na nossa época, era tudo menos preocupante; nos divertíamos com toda inocência infantil e a proteção de anjos da guarda bem equipados e pacientes com as nossas travessuras. Adorei a história. Parabéns. Continue assim!

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    1. Verdade, amigo. Hoje em dia, GRAÇAS A DEUS, há mais cuidado com o descarte do lixo hospitalar. Certamente, na época, além da sorte, nossos anjos da guarda estavam sempre a postos. Coitados! Mas também trabalhavam muito mais... hahaha
      Obrigada pelo carinho, amigo.
      Bjs

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  3. Dalva, essa época era boa demais, isso sim!! Mas, ufa,essa agulha me deu medo demais.. nossa , como somos inocentes rsrsrsr Adorei e curti esse seu momento.

    Bjos, Sheyla
    http://blogdmulheres.blogspot.com.br/

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    1. Verdade, Sheyla.
      Era uma época muito boa e inocente. Éramos muito felizes, né? Só tenho peninha do que as nossas mães passaram... hahaha

      Obrigada pela visitinha.

      Bjs

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